Nuova collaborazione Casa della poesia e il Fatto Quotidiano
04/04/2011

ARTE DI BEN MORIRE, 65

ARTE DI BEN MORIRE, 65 ARTE DE BEM MORRER, 65
Fra gli alberi e le pietre che
da secoli si contemplano
nel Chiostro di Saint-Fulcran
introduco la mia umanità.
— Anch’io, lasciatemi sedere accanto a voi,
sono un animale della terra. Una nuvola
che passa, un uccello
che ormai non sa volare.
Le pietre (alberi un po’
più antichi) e gli alberi (uccelli
che ogni anno danno fiori) mi hanno lasciato
sedere fra di loro.
— Qual buon vento? chiesero.
— Sono poeta, un vaso che si apre
a tutte le acque
ma sono stanco degli uomini
e delle loro guerre.
— Siediti, dimentica il corpo, avvicinati
all’inizio del tempo.
E il mio corpo si aprì in fiore
e in pietra e in acqua come se nulla fosse
o sempre fosse stato.
E l’ombra dell’albero fu la spiaggia in cui
fui bambino; e le pietre della cattedrale
mi lasciarono condividere con loro
il mio cuore abbandonato.
Entre as árvores e as pedras que
se contemplam há séculos
no Claustro de Saint-Fulcran
introduzo a minha humanidade.
— Também eu, deixem-me sentar a vosso lado,
sou um bicho da terra. Uma nuvem
que passa, um pássaro
que já não sabe voar.

As pedras (árvores um pouco
mais antigas) e as árvores (aves
que todos os anos dão flor) deixaram
que me sentasse entre elas.
— Ao que vens? perguntaram.
— Sou poeta, sou um vaso que se abre
a todas as águas
mas estou cansado dos homens
e das suas guerras.
— Senta-te, esquece o corpo, aproxima-te
do começo do tempo.E o meu corpo abriu-se em flor
e em pedra e em água como se nada fosse
ou sempre tivesse sido.
E a sombra da árvore foi uma praia
onde fui menino; e as pedras da catedral
deixaram que partilhasse com elas
o meu desamparado coração.
Manuele Masini